Pouco antes da abertura da Cúpula do Clima, nesta quinta-feira (22), o governo dos Estados Unidos anunciou que está praticamente dobrando a meta de redução de emissões de gases do efeito-estufa assumida em 2015 por Barack Obama, entre 26% e 28% (com prazo até 2025).
Agora, o objetivo é cortar 50% até o final desta década, descrita pelo atual presidente, Joe Biden, como "decisiva para evitar as piores consequências para o mundo".
Não fazê-lo, afirmou Biden, teria "um preço muito alto". Não se trata só de uma metáfora. O presidente americano afirmou que, além de um "imperativo moral", frear as mudanças climáticas é um "imperativo econômico". E citou o custo de não frear o aquecimento global em 1,5ºC ante níveis pré-industriais: custos gigantescos com a destruição provocada por queimadas, tempestades e outros fenômenos climáticos que não se resumem ao aumento da temperatura.
A lógica econômica do discurso de Biden seguiu ao oferecer outro estímulo à adoção de tecnologias limpas: a relação entre crise e oportunidade. O risco, admitiu, é imenso, mas abre a perspectiva para inovação e "empregos bem pagos".
Por parte dos Estados Unidos, os recados ao "vilão do clima", como Jair Bolsonaro havia sido apresentado na véspera pelo The New York Times, ficaram com a vice-presidente, Kamala Harris, que destacou a necessidade de envolver "líderes indígenas" nas decisões sobre o clima, e o secretário de Estado, Antony Blinken, ao afirmar que "o que cada país fizer, ou deixar de fazer, vai impactar todos os demais".