Assim que começou a circular a informação sobre as medidas que permitiriam compensar a isenção de PIS-Cofins sobre o diesel e o gás de cozinha, em dia de mais um pesado reajuste nas refinarias, a bolsa de valores murchou.
As ações da Petrobras, que subiam, viraram para queda e as ações de bancos passaram a cair. Os dois maiores privados, Bradesco e Itaú, fecharam com quedas ao redor de 3%.
Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a isenção de PIS-Cofins, mas não pôde encaminhar ao Congresso porque faltava a compensação com outros tributos exigida pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) a compensar isenções com outros tributos.
E o ensaio de solução envolve o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos de 20% para 23%. Essa foi a senha para o alarme no mercado financeiro. A intenção do governo é encaminhar uma medida provisória cobrando os bancos, retirando renúncia tributária do setor petroquímico e, como que pedindo para aumentar a polêmica, limitando a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros para pessoas com deficiência. Se uma caiu quadrada para o mercado financeiro, outra fere o senso comum.
Na "mercadosfera", ou seja, nos perfis de redes sociais de pessoas relacionadas a investidores e especuladores, surgiram comentários como "governo decide aumentar imposto sobre tomadores de crédito para subsidiar diesel de caminhoneiros" e "bolsopetismo em sua essência".
Além das ações das empresas mais atingidas, a bolsa, que aproveitava a onda positiva do Exterior gerada pela aprovação na Câmara dos Estados Unidos do pacote de estímulo de
US$ 1,9 trilhão, mal conseguiu se manter no azul, com levíssimo avanço de 0,27%.