Paulo Guedes fala na imunização dos brasileiros como saída para a crise econômica gerada pelo coronavírus há meses, e agora um documento formal do Ministério da Economia faz a mesma indicação.
Conforme o relatório destinado a analisar as medidas adotadas em 202o para atenuar o impacto da pandemia, há três políticas econômicas (é assim que o texto define) para 2021: vacinação em massa, consolidação fiscal, e reformas pró-mercado.
A nota circula no mercado financeiro no mesmo dia em que os brasileiros esperam a definição do novo titular do Ministério da Saúde, já que a cardiologista Ludhmila Hajjar, que se reuniu no domingo à tarde com o presidente Jair Bolsonaro, não aceitou a missão. A médica apoia a vacinação em massa como única alternativa de combate ao coronavírus e a necessidade de distanciamento social enquanto o país não atingir número substantivo de população imunizada, divergindo frontalmente da promoção da cloroquina feita pelo presidente. À CNN, na manhã desta segunda-feira (15), Ludhmila disse ser "uma pessoa que pautou a vida nos estudos e na ciência, e vou continuar assim" e atribuiu a "divergências técnicas" a impossibilidade de aceitar o convite para o ministério da Saúde.
Em meio a sucessivas reduções na previsão de número de doses disponíveis para os brasileiros, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, passou a ser visto como um passivo pelo mercado financeiro. A sua substituição é tema dos boletins matinais das gestoras de investimentos.
É nesse cenário que o informativo se dedica a analisar a ajuda à economia proporcionada por políticas econômicas adotadas em 2020: "As sugestões de política econômica decorrentes desse texto são diretas: vacinação em massa, consolidação fiscal, e reformas pró-mercado. Vacinação em massa para garantir o retorno mais rápido do mercado de trabalho via redução das medidas restritivas de combate a pandemia; consolidação fiscal para manter as condições financeiras propícias ao investimento e a inflação e o risco-país sob controle; e reformas pró-mercado para dinamizar o crescimento de longo prazo da economia brasileira".
No retrovisor, a Secretaria de Política Econômica do ministério avalia que "diferentemente de crises passadas, a atual apresentou aumento robusto no saldo de crédito via bancos privados, aumento na taxa de poupança, e redução da população ocupada mais intensa no setor informal. Tais indicadores sugerem que a política econômica adotada não apenas amenizou a profundidade da crise, como proveu condições para uma recuperação mais consistente".