Em meio ao aumento recente no número de casos e mortes por covid-19 no Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu que a luta contra a pandemia "não está encerrada" e disse que a vacinação em massa da população será "o capítulo mais importante".
Embora o presidente Jair Bolsonaro venha desencorajando a população a se vacinar contra covid-19, Guedes destacou que a imunização é o que sustentará o fôlego da recuperação econômica.
— O retorno seguro ao trabalho exige vacinação em massa da população. A luta não foi vencida, não está encerrada. O capítulo mais importante vem agora, com vacinação em massa — disse o ministro da Economia, em coletiva de balanço de fim de ano
O ministro comparou ainda o Brasil a um pássaro.
— Para voltar a voar, ele precisa bater as duas asas. Da recuperação econômica e da saúde, com vacinação em massa — disse.
Apesar de destacar a importância da imunização para a retomada econômica, Guedes alinhou-se ao discurso do presidente e defendeu que a vacinação seja voluntária:
— É vacinação voluntária. O que governo tem que fazer é disponibilizar todas as vacinas, e o brasileiro pode escolher a vacina que quer tomar. E não paga. Vacinação gratuita e voluntária é o que precisamos para a asa da saúde voltar a bater.
Guedes citou a medida provisória já editada pelo presidente para destinar R$ 20 bilhões à compra de vacinas para a população. O governo, porém, tem sido criticado pela ausência de detalhes em seu Plano Nacional de Imunização e pela demora em acordos com laboratórios para compra de doses de vacina.
O ministro disse ainda que o ano de 2020 foi "extremamente difícil" e afirmou ser "elogiável a resiliência do povo brasileiro durante toda a pandemia".
Reformas
O ministro da Economia ressaltou ainda que, mesmo na pandemia, a equipe econômica não abandonou "em nenhum momento" a ideia de que as reformas precisam continuar.
— Exigimos que o aumento transitório de despesas com saúde não se tornasse permanente. Estamos tentando nos levantar dessa tragédia fiscal, além da de saúde — disse.
Ele voltou a citar a contrapartida ao socorro a Estados e municípios, que congelou aumentos de salários de servidores até o fim do ano que vem, como uma conquista importante.
— Poderíamos ser empurrados ao abismo fiscal se houvesse aumento generalizado de salários — afirmou.