Além de representar avanço no projeto de uma empresa gaúcha, esta informação é para dar uma descontraída do noticiário pesado sobre combustíveis nos últimos dias.
O ECB Group, dono da BSBios, contratou compra de 300 mil toneladas anuais de óleo proveniente de uma árvore chamada pongamia, que será usado na produção de biocombustíveis de segunda geração em sua biorrefinaria Omega Green, em Villeta, perto de Assunção, no Paraguai.
O contrato foi assinado nesta terça-feira (23) entre o ECB e a empresa holandesa Investancia, por sua vez dono do Centro de Reprodução, Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de mudas em Carmelo Peralta, no Paraguai. O local é o maior dedicado à produção de pongamia para essa finalidade do mundo. A capacidade de produção anual, atualmente de 1 milhão de árvores, aumentará nos próximos 10 anos para 50 milhões de árvores, plantadas em 125 mil hectares.
Erasmo Carlos Battistella, CEO do ECB Group, afirma que o objetivo é diversificar as matérias-primas para a Omega Green, especialmente entre as safras de produção de óleo vegetal. Segundo ele, a inovação pode chegar a atender um terço do insumo necessário para a Omega Green. A pongamia é nativa do Sudeste Asiático e da Austrália. Seu uso para produção de biodiesel é objeto de estudos (clique aqui para ver um) desde 2012.
O ECB já assinou contratos com a Shell Trading e a BP para fornecimento de cerca de 1 bilhão de litros de diesel renovável e combustível renovável para aviação por ano, entre 2024-2029, totalizando mais de 4 bilhões de litros comercializados.
A Investancia tem parceria com a americana Terviva no desenvolvimento dessa matéria-prima a partir do reflorestamento. Por isso, o óleo de pongamia também é chamado de "óleo de reflorestamento". As árvores não requerem fertilizantes e cada unidade tem sequestro de carbono estimado em média de 44 quilos por ano. O farelo excedente da extração do óleo é usado como matéria-prima de ração animal.