Agora que duas vacinas com base em RNA de coronavírus mostraram alta eficácia na terceira fase de testes, vêm os desafios de distribuição. Esse tipo de imunização comum entre a gigante Pfizer , em parceria com a BioNtech, e a biotech Moderna precisa ser mantida em temperaturas muito baixas, no caso da primeira a -70ºC, no da segunda "só" a -20ºC.
Conforme especialistas, o fato de dois tipos de vacina terem demanda semelhante de refrigeração ajuda a viabilizar o investimento necessário para distribuir as doses. Isso movimenta o chamado "mercado do frio", e uma empresa gaúcha já está investindo para participar desse esforço.
A Dufrio já está construindo de câmaras frigoríficas (foto acima) para o operador VTC Log/Voetur, que fará armazenamento e distribuição de vacinas para o Ministério da Saúde – não necessariamente as da Pfizer e da Moderna. As câmaras ocuparão uma área de 10 mil metros quadrados, com altura média de 12 metros. Ao longo dos últimos anos, a empresa ganhou mercado nacional nessa área. Atua em projetos, na construção de estruturas e faz sistemas de refrigeração para manutenção e rebaixamento de temperatura e umidade.
A Dufrio já atuou com indústrias farmacêuticas como Cristália, Aché, 4Bio, Instituto Butantan e Cimed e ajudou Dimed, Mundial, Serra Park, VTC Log/Voetur e Kley Hertz, entre outros, em operações logísticas. A empresa, que respondeu a consulta da coluna por e-mail, observa que "resumir a conservação das vacinas à apenas a câmara fria não serve". Alerta que é preciso manter a temperatura indicada constante em todas as etapas do processo, desde a origem até o momento da aplicação.
Conforme a avaliação da empresa, o mercado nacional tem condições de construir sistemas de refrigeração para essa finalidade, embora seja preciso importar tecnologia de outros países. A coluna, que andava encafifada com uma solução apontada pela Pfizer para permitir conservação e transporte de sua vacina, o gelo seco, também perguntou à Dufrio sobre essa aplicação. A resposta foi que o material pode ser usado – trata-se de gás carbônico em estado sólido –, mas a substância não é reutilizável e tem custo alto.