A falta de mão de obra qualificada na área de desenvolvimento de software impulsionou Manoel Roldão a fundar a startup Growdev. Incubada no Feevale Teckpark, em Campo Bom, região metropolitana de Porto Alegre, a empresa acelera o treinamento de profissionais para esse mercado.
À coluna, Roldão observou que a dificuldade de preencher esse tipo de vaga, já um problema antes da pandemia, acentuou-se com a necessidade de acelerar a transformação digital das empresas durante a quarentena:
– Trabalho há muito tempo em desenvolvimento de software. Atuei no desenvolvimento do Garupa, assumi a área de tecnologia. Durante o tempo em que permaneci lá, um dos grandes problemas foi a falta de profissionais de software. Trouxe a startup para ser incubada no Teckpark, pois morava em Campo Bom. Ingressei no comitê de empresas do parque e constatei que esse era um problema recorrente nas empresas.
A partir daí, Roldão pensou na possibilidade de oferecer ao mercado "profissionais júnior". Começou a atuar em 2019 e, atualmente, tem dois programas de formação: advance e starter. O primeiro é voltado para pessoas com conhecimento básico em software que querem aprimorar suas habilidades. Durante 20 semanas, os alunos se envolvem com tecnologias utilizadas pelo Google para o desenvolvimento de aplicativos multiplataforma (iOS e Android).
O starter é focado na formação de novos profissionais. Para participar, não é necessário ter conhecimento em software. A única exigência é que o aluno tenha concluído ou esteja no úlitmo ano do Ensino Médio. Com duração de um ano, ensina conceitos básicos de programação e, depois, os alunos participam do desenvolvimento de projetos para clientes reais.
Para financiar o curso, a empresa aplica o financiamento estudantil ISA (income share agreement). Por meio de uma fintech chamada Provi, permite que os alunos quitem as despesas só depois de começar a trabalhar. Conforme a coluna informou, o Estado ocupa o quarto lugar no ranking de inovação do país pelo Índice Fiec de Inovação dos Estados, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
Apesar do bom desempenho, um dos gargalos apontados pelo avaliadores é que falta investimento público em ciência e tecnologia no Estado. Para Roldão, o modelo permite que pessoas que não teriam condições financeiras de pagar uma especialização na área ingressem no mercado de trabalho. Em fevereiro de 2021, a startup vai lançar a quarta etapa do programa starter. O advance terá nova turma em novembro deste ano. Atualmente, os dois programas têm cerca de 170 alunos.