A alta suave de 1,7% na bolsa de valores e um quase invisível avanço no dólar, de 0,06%, para R$ 5,328, refletem uma quinta-feira (25) de trégua no mercado financeiro patrocinada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Além de acompanhar certo alívio no Exterior, depois de uma abertura ainda sob o temor do recrudescimento da pandemia, investidores e especuladores reagiram aos sinais de pacificação do Planalto. Em São Paulo, a bolsa estava no positivo ainda antes de Nova York mudar de humor e também subir.
Segundo analistas, o principal direcionador dos negócios nesta quinta-feira (25) foi mesmo o tom presidencial. Em discurso inusitado de tão cordial, Bolsonaro afirmou, em cerimônia ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli:
— Eu costumo sempre dizer quando estou com o presidente Toffoli, com o Alcolumbre (Davi, presidente do Senado) e o Maia (Rodrigo, presidente da Câmara), que somos pessoas privilegiadas. O nosso entendimento, no primeiro momento, é que pode sinalizar que teremos dias melhores para o nosso país.
Com mais discursos e atitudes assim, o Brasil conseguiria concentrar energia no que interessa, o planejamento da recuperação da recessão. Também nesta quinta-feira (25), o Banco Central (BC) piorou para 6,4% sua projeção de queda no PIB deste ano. Na véspera, o FMI havia assustado os brasileiros com estimativa de declínio de 9,1%.
E o banco suíço UBS prevê que o tombo possa chegar a 10% em dois cenários: se a pandemia não for controlada até meados do ano ou se a crise política se agravar a ponto de contagiar a confiança dos investidores. Ao menos nesta quinta-feira (25), Bolsonaro deu um passo à frente.