
Se há consenso de que as medidas adotadas até agora para amenizar o impacto do coronavírus na economia estão corretas, está se formando outro: de que, agora, precisam ser calibradas. De Armando Castelar, coordenador de Economia Aplicada do FGV Ibre, na entrevista à coluna, a Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, em teleconferência na semana passada, a percepção é a mesma: é preciso aumentar a dose do remédio para o contágio na economia.
Se entre economistas preocupados com o equilíbrio fiscal esse é o diagnóstico, no empresariado o tom é ainda mais alto. Ricardo Roriz, presidente da Associação Brasileira da Indústria Plástica (Abiplast), um dos que acompanhou o presidente Jair Bolsonaro na marcha ao Supremo Tribunal Federal (STF), disse à coluna:
– O que levei foi o recado de que o crédito não está chegando. De que adianta ter banco público se não estão fazendo nada agora? Se for assim, é melhor mesmo privatizar tudo e fazer estradas e hospitais, porque não estão cumprindo seu papel. O BNDES passou pela Lava-Jato e hoje lá ninguém assina nada.
Roriz lembra que as empresas brasileiras vêm de seis anos praticamente sem crescimento. Depois da pandemia, estarão "supervulneráveis" e terão de encarar uma retomada difícil:
– Quem vai investir é o setor privado. Se não tiver empresa, não vai ter emprego.
Há acenos de reforços para esta semana, como sugeriram integrantes da equipe econômica ao fazer projeções sombrias para o PIB do Brasil em 202. Como dizem economistas e empresários, há necessidade de um sólido reforço, não de um pequeno ajuste.