Além das estimativas em números, letras e símbolos estão em debate sobre como poderá se dar a recuperação da economia no pós-pandemia. O Fundo Monetário Internacional (FMI) foi otimista: previu a forma mais benigna, em V. Ou seja, o PIB cai neste ano e já se recupera na quase totalidade em 2021. Economistas veem outros sinais possíveis, entre os quais o U, que projeta mais tempo em recessão antes da reação, o W, que desenha recuperação seguida que novo tombo, e até o L, a mais pessimista, que teme uma retração longa.
O desenho considerado mais provável para o Brasi pela equipe econômica é semelhante ao de uma raiz quadrada (veja ilustração abaixo, em que há variações na inclinação da estabilização), com queda forte seguida de recuperação pela metade, com longa trajetória de crescimento com menor vigor. Para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, a nova projeção do governo anunciada na manhã desta quarta-feira (13) é de uma queda de 4,7% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano. Será uma "crise severa", com "recuperação lenta", na descrição dos secretários. Nesse cenário, o Brasil voltaria para o nível de PIB de março desde ano em junho de 2021.
Há um porém na estimativa: está condicionada ao fim do isolamento social em 31 de maio, o que é uma hipótese pouco provável. Conforme os secretários do Ministério da Economia, quanto mais lento o retorno, maior será a queda em 2020 e maiores os impactos de longo prazo. Caso vá até o final de junho, pode chegar a 6%, conforme a equipe econômica. Mesmo que se confirme a queda de 4,7%, observou o secretário de Politica Econômica, Adolfo Sachsida, será a maior queda no PIB da série histórica iniciada em 1900.
– Isso por si só mostra a severidade do problema com que estamos lidando – observou.
O ministério também divulgou uma nota em que estima que cada semana de isolamento social representa uma perda de R$ 20 bilhões na economia. Tanto Sachsida quanto o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afimaram que não é papel da equipe econômica ser contra ou a favor da medida de prevenção ao contágio. Sachsida, no entanto, fez questão de deixar claro que, quanto mais durar a interrupção nas atividades, mais empresas poderão falir, maior será o desemprego e os impactos de longo prazo. Também fez uma enfática defesa da retomada das reformas pró-mercado, pedindo nominalmente a ajuda do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).