A primeira estação de descontaminação em centro de compras de Porto Alegre já está funcionando no Lindóia Shopping, na zona norte da capital. O equipamento é uma espécie de cabine pela qual os clientes passam antes de entrar, na qual são borrifadas substâncias atóxicas para humanos. São produtos utilizados na limpeza e na descontaminação de hospitais, blocos cirúrgicos e indústrias de alimentos. A estrutura foi criada no setor de desenvolvimento e inovações de uma indústria gaúcha, a Joape.
Segundo João Henrique Schmidt dos Santos, o estudo começou ainda em 2003, com possível aplicação para o combate do H1N1. Na época, não emplacou, mas com o coronavírus o projeto foi retomado. Antes da pandemia, cerca de 15 mil pessoas circulavam a cada dia no Lindóia Shopping.
Segundo o gerente geral do shopping, Fábio Irigoite, com as medidas de contenção e a necessidade de reduzir o número de clientes no interior do centro comercial, esse número cairá para cerca de 4,5 mil ao dia. Na avaliação do shopping, instalar o equipamento é importante para combater o contágio por covid-19 e dar mais segurança aos clientes. O investimento do shopping na instalação foi de R$ 12 mil.
Segundo João Henrique, a hipótese de usar hipoclorito de sódio, o princípio ativo da água sanitária, foi descartada por ser tóxica e manchar roupas. As substâncias usadas, como a biguanida, são desinfetantes e têm aprovação da Anvisa. Todos os desinfetantes homologados pela agência são capazes de eliminar o vírus.
Esse tipo de equipamento, com outras configurações, já está instalado em hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, além de empresas em vários Estados. Também já foi exportado para Portugal, Chile e Estados Unidos. Com 25 anos, a Joape desenvolve pulverizadores evaporativos e soluções de climatização.