Criada há três anos em Porto Alegre, a Escola de Impressão tem várias máquinas para produzir objetos a partir de resinas plásticas, as impressoras 3D. Na quarta-feira, Anderson Godoy, empreendedor que se dedicava a ensinar como usar os equipamentos, decidiu encarar outro desafio: fazer e mostrar como produzir máscaras do tipo faceshield (expressão em inglês que significa proteção do rosto), que são certificadas para uso durante a pandemia de coronavírus. Antes de começar a atividade, relatou Godoy à coluna, foi preciso sair a liberação das autoridades da saúde.
– Comecei a trabalhar no desenvolvimento e, enquanto a autorização não saía, aproveitei para melhorar o desenvolvimento, reduzindo o tempo de produção de cada peça. O que imprimimos é a parte que serve de encaixe, a espécie de tiara que vai na cabeça – descreve.
Segundo Godoy, a impressão da máscara completa, como se fez em outros locais do Brasil, é menos efetiva. Um dos problemas é o fato de que a superfície não fica 100% lisa, o que permite acumulação de resíduos. O modelo faceshield precisa ser equipado com folhas de acetato, material das antigas transparências usadas com retroprojetor.
– Precisamos de acetato de 0,2 mm ou mais de espessura e não estamos conseguindo – relata o empreendedor, que pede doações do material.
Morador de Sapiranga, Godoy relata que está imprimindo material para o hospital da cidade mas também para unidade de pronto atendimento de municípios da região, como Campo Bom, Estância Velha, Ivoti e Novo Hamburgo. Há escassez de equipamentos de proteção individual em quase todas as instituições de saúde. Só ele projeta que pode imprimir 500 máscaras, mas também está acionando a rede de parcerias e se dispondo a ensinar como fazer:
– Agora já tenho um modelo otimizado, então quem tiver impressora disponível pode ajudar.
Os contatos para aprendizagem e doação pode ser feitos pelo e-mail contato@escoladeimpressao3d.com.br
Desde o último domingo, a coluna registra com regularidade iniciativas relacionadas à área econômica que estão tentando usando as melhores características dos brasileiros, solidariedade e criatividade, para contribuir com o combate ao contágio do coronavírus, tanto na saúde quando nos negócios. A primeira foi o hackaton online liderado pela aceleradora Grow+, especializada em startups da área da saúde. Em cada nova publicação, as demais ficarão relacionadas para quem quiser se somar à cada causa. Assim, ficamos #JuntosContraOVírus e fazendo a nossa parte.
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