O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
A gasolina comum deve fechar o ano com preço aditivado no Rio Grande do Sul. Na semana passada, entre os dias 15 e 21, o valor do litro do combustível alcançou R$ 4,755, em média, nos postos gaúchos. Trata-se da maior marca em 29 semanas. Ou seja, desde o intervalo entre o final de maio e o início de junho, apontam dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) consultados pela coluna.
O preço do Estado é o maior da Região Sul e o quinto mais elevado do país. Na vizinha Santa Catarina, o valor desembolsado na semana passada, em média, foi de R$ 4,389 – 7,7% inferior ao gaúcho.
– O preço no Rio Grande do Sul está próximo da inquietante casa dos R$ 5 – define o economista-chefe da consultoria ES Petro, Edson Silva.
Entre os municípios gaúchos, o maior valor médio foi registrado em Bagé, segundo a ANP. Na cidade da Campanha, a gasolina ultrapassou a barreira dos R$ 5, alcançando os R$ 5,329.
A política de preços da Petrobras acompanha a variação do petróleo no mercado internacional. Ou seja, quando o dólar sobe, a tendência é de que haja repasses para o consumidor.
Além disso, vale lembrar que o peso do ICMS sobre a gasolina é maior no Rio Grande do Sul do que em Estados como Santa Catarina. Do lado de cá do Rio Mampituba, a alíquota sobre o produto é de 30%. Em Santa Catarina, de 25%.
– O aumento no preço da gasolina tem relação com a atual política de preços. E, no Rio Grande do Sul, a carga tributária também é alta – diz Silva.
A cobrança de ICMS sobre combustíveis é influenciada pelo chamado Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF). É sobre esse valor que incide a alíquota do imposto. Na semana passada, o PMPF da gasolina comum aumentou de R$ 4,5495 para R$ 4,6249 no Rio Grande do Sul. O valor é determinado pela Receita Estadual após calcular a média dos preços pesquisados nos postos.