A certeza quase foi abalada pelo ataque a instalações de petróleo na Arábia Saudita, mas a relativa calma posterior reforçou o consenso de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciaria o corte de 0,5 ponto percentual no juro básico, para 5,5% ao ano, como ocorreu no final da tarde desta quarta-feira (18). Agora, a perspectiva é de um novo corte de 0,5 ponto até o final do ano, para levar a Selic a nunca antes vistos 5% ao ano.
Com o governo federal amarrado em conflitos internos sobre as próximas iniciativas para melhorar o cenário econômico, a baixa do juro básico e a liberação de recursos do FGTS são os únicos instrumentos disponíveis para estimular a atividade anêmica. Na véspera, como a coluna havia antecipado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender um tributo sobre transações financeiras, nos moldes da CPMF.
Desta vez, foi mais explícito. Afirmou que o orçamento precisa de arrecadação maior e, para não elevar a tributação, a única saída é cobrar de quem não paga.
Aparentemente, abandonou o discurso de substituir as cobranças sobre a folha de pagamento, que não fez eco nem entre os maiores interessados, os empresários. Outras alternativas de estímulos à economia estão em estudo no Planalto, como um plano para tentar reativar as contratações, mas as ferramentas são complexas e ainda não enfrentaram o necessário teste de viabilidade.
No comunicado da decisão, o BC aponta “retomada em ritmo gradual”, projeta “ajuste adicional no grau de estímulo” – ou seja, novos cortes –, mas avisa que essa observação “não restringe sua próxima decisão”. O banco central dos Estados Unidos fez sua parte, reduzindo a taxa de referência local em 0,25 ponto percentual, sob críticas de Donald Trump, que achou pouco.
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