Depois de anunciar, de forma discreta, a retomada da venda de refinarias, entre as quais a Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, a Petrobras confirma que vai alterar o modelo de "parcerias em refino". Mas avisa que o novo formato ainda não está definido. Em entrevista ao jornal O Globo, no final da semana, o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, afirmou que pretende vender "ao menos uma" refinaria ainda neste ano. A privatização havia sido suspensa depois de liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Como a modelagem previa a venda conjunta da Refap com outra unidade da Petrobras no Paraná, a Repar, se Castello Branco fala em vender "ao menos uma", é porque haverá essa possibilidade. Em resposta à consulta da coluna, a Petrobras confirma a mudança de formato de privatização das unidades, mas informa que as novas regras ainda não estão definidas.
Por um lado, a venda isolada de unidades pode facilitar o acesso de interessados. Na modelagem anterior, que reunia dois grandes ativos, potenciais compradores precisavam comprovar receita anual de US$ 5 bilhões, o que restringia em muito o número de possíveis candidatos à compra. Caso a oferta agora passe a ser por unidade, é provável que esse tipo de exigência seja revista ou, ao menos, reduzida proporcionalmente.
De outro ponto de vista, se há intenção de concluir o negócio ainda neste ano, a Petrobras precisa acelerar as definições. Por mais que a atual diretoria tenha convicções mais privatizantes do que a anterior, a estatal segue submetida a ritos determinados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que exige tratativas públicas e transparentes no processo de oferta de ativos da empresa.