A coluna já estava intrigada com a multiplicação da marca em Porto Alegre, e o episódio da colocação da faixa na chaminé do Gasômetro, que desatou uma polêmica sobre a conveniência de fazer publicidade em um símbolo da Capital adicionou curiosidade sobre a Casa Maria. Ainda pouco conhecida, a rede nasceu em 1996 na Avenida Assis Brasil e já tem 26 unidades no Rio Grande do Sul, não só na Região Metropolitana, mas também em cidades como Bagé, Caxias do Sul, Rio Grande, Pelotas, Montenegro e Osório. Conforme Wagner Amorim, proprietário da rede, a mais recente foi aberta em Tramandaí.
Só em 2018, foram abertas sete lojas, entre as quais uma na Avenida Oswaldo Aranha e outra na Rua dos Andradas, quase em frente ao tradicional Edifício Santa Cruz, em Porto Alegre. Conforme Amorim, um dos motores da aceleração do crescimento da rede foi a intenção de antecipar o retorno no investimento na sede própria, com centro de distribuição de 8 mil metros quadrados, em Cachoeirinha.
– A crise fez com que a gente ficasse mais audacioso. A gente tem compromissos financeiros. Era para pagar em oito anos, mas vimos que, conforme o ritmo, poderia ser em seis ou em quatro. Buscamos um ritmo que permitisse pagar em quatro – detalha.
A Casa Maria é uma rede de loja de utilidades domésticas com foco na classe C, descreve o proprietário, que diz buscar mais volume e menos preço. A empresa familiar tem 320 colaboradores. Para 2019, prevê aumento de 10% no faturamento – que não revela – e tem planos de abrir "só mais duas", diz Amorim, que não revela os locais, ainda em negociação. O foco do investimento será a reorganização das unidades, com revisão do conjunto de produtos ofertados e no visual.
Amorim disse ter ficado sabendo da polêmica da faixa pelo filho mais velho, Cassio, de 18 anos. Ele, aos 53, não está nas redes sociais e não tem "nem zapzap". Admite que a empresa "ainda está aprendendo a fazer marketing". Relata que a prefeitura lançou a campanha para patrocinar o Réveillon e a empresa topou, desde que a marca ficasse visível na chaminé.
– Aí começou uma negociação normal, clara, ética. Falamos com a Secretaria da Cultura, pedimos o aval do prefeito, do gestor da usina. A faixa está lá em caráter provisório. Vamos retirar logo depois do Réveillon. Tem de contratar empresa (para retirar), depende de tempo. A gente não esperava essa repercussão. Ainda não sabe até que ponto é bom ou ruim, não tem como medir. Ficamos tristes porque fizemos de forma correta e transparente. A gente ainda está aprendendo, não sabe brincar. Pegamos um percentual do faturamento que julgamos satisfatório para fazer marketing.