Apesar de já contar com dois leilões de linha (venda física de dólares, com obrigação de recompra posterior) do Banco Central, anunciados na terça-feira (28) depois do fechamento do mercado, investidores e especuladores começaram a negociar dólares com nervosismo nesta quarta-feira (29). Na abertura, a cotação chegou a R$ 4,157. Mas à medida que as transações foram avançando, o câmbio se acalmou, com ajuda dos US$ 2,15 bilhões ofertados pelo BC. No início da tarde, já cedia para R$ 4,1325, abaixo do fechamento do dia anterior, o segundo maior da história do Plano Real.
O clima contrasta com o do dia anterior, quando uma onda de desvalorização atingiu o real. O dólar se valoriza ante várias moedas de países emergentes, entre os quais a Turquia (3% de alta nesta quinta), onde o BC local foi obrigado a duplicar o limite de crédito no setor bancário, e na África do Sul, apontada como a "bola da vez", depois das crises de Argentina e Turquia. Até agora, o real vem resistindo à volta da depreciação.
Também havia certa tensão sobre o resultado da primeira revisão do PIB dos Estados Unidos, mas nem o fato de o dado vir ligeiramente acima (4,2%) da expectativa (4,1%) perturbou a relativa calmaria no câmbio. O crescimento elevado da economia americana pressiona por mais elevação na taxa de juro no país, o que desloca capitais dos emergentes para a terra que imprime dólares.
Além de fazer leilões, o BC brasileiro também quebrou o silêncio, tentando reduzir o estresse. Parece ter ajudado. Ao menos, até agora.