A preocupação com o desempenho da economia no segundo semestre segue dentro das fábricas do país. Na sexta-feira, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) ficou estagnado em 100,1 pontos em julho. Além do resultado, um dos pontos que chamam atenção no levantamento é a combinação entre aumento de ociosidade nas companhias e redução nas expectativas de contratações de funcionários.
Para a pesquisadora que coordena o estudo, Tabi Thuler Santos, o quadro reforça o impacto de incertezas – tanto internas quanto externas – sobre as decisões dos empresários.
– O cenário da indústria não é diferente do que aparece no restante da economia. Há incertezas relacionadas às eleições no país e a efeitos da guerra comercial no mercado internacional. O setor está em compasso de espera. A retomada deve ser ainda mais lenta e gradual – frisa a pesquisadora.
O horizonte de dificuldades tem forçado entidades do setor a reduzirem projeções para este ano. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) cortou de 2,6% para 1,6% sua estimativa de alta no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ao fim de 2018.
Os nós que inibem reação mais consistente da economia não se restringem às fábricas. Em junho, o volume de empresas com contas em atraso cresceu 9,41% na comparação com o mesmo período do ano passado, aponta levantamento divulgado na sexta-feira pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Trata-se da maior elevação percentual em 21 meses no país.
Para a CNDL, o resultado mostra que os efeitos da crise seguem visíveis. A avaliação é de que, nos próximos meses, o desemprego continuará alto e a atividade econômica, fraca.