Como ensinar às crianças que leite não vem da caixa e dinheiro não vem do caixa – eletrônico, no caso? O Sicredi, instituição financeira cooperativa com origem em Nova Petrópolis, na serra gaúcha, pediu ajuda à Turma da Mônica. O grupo que hoje está espalhado por quase todo o Brasil queria se comunicar com o público infantil e jovem sobre a importância de gerir bem as finanças, um dos princípios do cooperativismo de crédito.
Como não adianta explicar a relação entre o câmbio, a Selic e a inflação, a saída foi usar linguagem e comunicação visual acessível, e Mauricio de Sousa Produções (MSP) foi considerada a parceira ideal. Como a educação financeira precisa começar na base – tanto em termos de faixa etária quanto de princípios básicos que não são, frequentemente, dominados até pelos adultos, a encomenda foi uma série especial de revistas em quadrinhos sobre educação financeira para crianças. Lançada nesta semana na sede da MSP, em São Paulo, prevê seis edições, as três primeiras neste ano e outras três em 2019.
As edições terão conteúdo baseado no Caderno de Educação Financeira e Gestão de Finanças Pessoais do Banco Central. Incluem temas como relação com o dinheiro, orçamento pessoal ou familiar, uso de crédito e administração de dívidas, consumo planejado e consciente, poupança e investimento e prevenção e proteção. A iniciativa faz parte da Semana Nacional da Educação Financeira (Enef), promovida pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef).
Levantamento feito neste ano pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou que só 44% dos brasileiros falam com frequência sobre dinheiro com a família. E 39% só entram no assunto quando a situação financeira já está ruim. Seis em cada 10 brasileiros (58%) não gostam de dedicar tempo para cuidar das próprias finanças.