Uma das surpresas do segundo dia do depoimento de Mark Zuckerberg ao Congresso dos Estados Unidos foi a "confissão" do dono do Facebook de que sua conta também foi alvo da pirataria de dados por parte da Cambridge Analytica. Como só sua empresa sabe, de fato, se é verdade ou não, ficou a versão. Restará sempre a dúvida se Zuck de fato teve dados acessados indevidamente ou tentou aplicar a estratégia da vitimização para ganhar a simpatia dos interlocutores.
No dia anterior, ele enfrentou perguntas saia-justa que foi obrigado a responder de forma constrangida. Um exemplo foi a pergunta do senador democrata Dirk Durbin, do Estado de Illinois, que perguntou se ele se sentiria à vontade dizendo aos presentes o nome do hotel em que havia passado a noite. Zuck hesitou antes de responder "sim". O senador devolveu que era assim que se sentiam os usuários do Facebook que tiveram seus dados compartilhados.
Pelo andar da carruagem, o criador da rede social mais popular do planeta já se vacinou. Afirmou que considera "inevitável" a regulação das redes sociais. Embora haja resistências à adoção de regras e restrição de práticas, a necessidade de controlar o poder até agora sem limites das "evil five" ganha cada vez mais apoio mesmo entre grandes líderes da iniciativa privada, habitualmente refratários a normas e contenções.