Chefe do Escritório do Comissariado de Informação, órgão regulador de privacidade do Reino Unido, Elizabeth Denham, disse que vai pedir a um tribunal do país que emita um mandado para que as autoridades façam buscas nos escritórios da Cambridge Analytica. A empresa britânica de marketing é suspeita de ter recolhido e usado ilegalmente dados pessoas, de cerca de 50 milhões de usuários do Facebook, para influenciar na eleição presidencial dos Estados Unidos e ajudar na eleição de Donald Trump. As informações foram divulgadas pela BBC.
A Comissária da Informação confirmou que está investigando a Cambridge Analytica por conta da suspeita de ter usado dados pessoais para influenciar as eleições norte-americanas. Ela disse ainda que exigiu acesso aos bancos de dados e servidores da empresa. Elizabeth disse que está analisando se os dados pessoais foram adquiridos de forma "não autorizada", se havia consentimento suficiente para compartilhar os dados, o que foi feito para protegê-lo e como o Facebook atuou quando descobriu a perda dos dados.
A divulgação da investigação, no entanto, foi criticada pela oposição, que considerou que isso deveria ter sido feito "de forma rápida e silenciosa", para não dar tempo de a empresa esconder ou disfarçar dados e registros necessários à investigação. O uso de dados na campanha eleitoral foi denunciado no sábado (17) pelo jornal americano New York Times e pelo The Observer, de Londres. As publicações informaram que a Cambridge Analytica, que participou da campanha de Donald Trump, usou informações privadas de mais de 50 milhões de usuários do Facebook no desenvolvimento de técnicas para influenciar nas eleições. A empresa nega qualquer irregularidade, mas foi suspensa pelo Facebook.
Outra denúncia
Na segunda-feira (19), Channel 4 News divulgou uma gravação na qual o diretor-executivo da Cambridge Analytica, Alexander Nix, parece sugerir táticas que sua empresa poderia usar para desacreditar políticos na internet. Ele sugeriu que uma das maneiras de atingir um político seria oferecer um acordo, como altas quantias de dinheiro para financiamento de campanha, e certificar-se de que isso fosse gravado em vídeo. O canal disse que o repórter se apresentou como o representante de um cliente rico que queria eleger um candidato no Sri Lanka.