No último dia útil de abril, o dólar subiu 1,2%, fechando pela primeira vez acima de R$ 3,50 desde junho de 2016. O aumento da cotação ocorreu também frente a outras moedas, como a libra esterlina (Reino Unido) e outros dólares, como o do Canadá e o da Austrália. Nesses casos, o avanço foi discreto, em todos os casos abaixo de 0,5%. Uma reação tão forte como a do Brasil, só na Rússia, onde foi quase do mesmo tamanho. Analistas avaliam que a proporção da subida e seus motivos levam à projeção de que não é passageira. Representa o câmbio em busca de um novo patamar.
Só neste mês, o dólar subiu quase 6%. No ano, a alta já atinge 10%, variação que ameaça impactar os preços mais sensíveis. Os produtos mais suscetíveis a eventuais reajustes são os de importados, que têm preço definido em dólar, os fabricados no Brasil com grande proporção de componentes vindos do Exterior, e os que, mesmo feitos no país com matéria-prima nacional, têm valor definido no mercado internacional.
A causa mais consensual para a elevação das verdinhas em relação a outras moedas é a aparente mudança de velocidade da economia dos Estados Unidos. O crescimento está projetado em ritmo mais rápido do que a média global e a dos demais países. E a alta desta segunda-feira (30) é atribuída ao início de uma semana crítica para a confirmação deste cenário. Na quarta-feira (2), haverá reunião do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), e na sexta (4), está prevista a divulgação de um dado de emprego crucial para aferir a tese que tem valorizado o dólar.