Quem entrou na onda das criptomoedas influenciado pela valorização do bitcoin no final de 2017 agora enfrenta maré baixa. Na sexta-feira, a mais famosa moeda digital tinha cotação máxima de US$ 9.095 – para comparação, o patamar histórico (US$ 19.343) foi alcançado há apenas um mês e meio, em 16 de dezembro. Além da alta recente e da queda no início de 2018, prevista por Sergio Tanaka em entrevista à coluna, uma sequência de investidas contra o bitcoin murchou o que especialistas indicavam como bolha. Nos últimos dias, os problemas vieram de todos os lados, não apenas sobre o bitcoin, mas a maioria das criptomoedas.
Segundo o The New York Times, investidores acreditam que o preço de moedas digitais tenham sido manipulados pela corretora Bitfinex. Para a Comissão de Futuros e Negociação de Mercadorias dos Estados Unidos, alguns donos da Bitfinex são os mesmos da empresa Tether, que tem criptomoeda. O theter tem valor fixo de US$ 1 (ou seja, para cada unidade criada, alguém pagou US$ 1) e serve para comprar criptomoedas que não são vendidas em moeda tradicional. O problema é que, segundo o jornal norte-americano, não há auditoria garantindo que os depósitos correspondem à fortuna criada.
E teve até a bizarrice encenada pela plataforma blockchain Prodeum. Descrita como um projeto da Lituânia de pesquisa de preço para frutas e vegetais, após receber investimentos de poucas pessoas, teve o site reduzido a uma página em branco mostrando apenas uma palavra de conotação sexual. Não se sabe quanto dinheiro foi roubado. Até o Facebook vai banir anúncios com criptomoedas e vários países sinalizam para regulamentação destes ativos. Como reflexo, em um mês (gráfico acima), o valor de todas as moedas digitais em circulação despencou de US$ 835 bilhões para US$ 434,8 bilhões.
*Colaborou Laura Schneider