A prisão de Wesley Batista, o irmão menos exposto do protagonista do grampo com o presidente Michel Temer, Joesley, deixou a JBS sem comando. O cargo de Wesley na empresa era identificado como CEO, sigla para Chief Executive Officer, correspondente a diretor-presidente. Pela legilação, com a vacância forçada no cargo, o conselho de administração terá de ser chamado a escolher um gestor interino.
No entanto, há um agravante na situação. O BNDES, segundo maior acionista da empresa – resultado dos aportes de capital que tornaram a empresa uma das "campeãs nacionais" –, vem forçando a saída da família Batista da gestão da JBS. Em nota, o banco reiterou, na manhã desta quarta-feira (13), que "contribuiria para o melhor interesse da companhia, e para a sua preservação e sustentação, o início de uma renovação de seus quadros estatutários, inclusive com a abertura de um processo seletivo para a escolha de um novo CEO para a empresa em caráter definitivo".
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O BNDES tem atualmente 21,3% do capital da empresa, por meio de sua subsidiária de participações, a BNDESPar. Há dias, a instituição trava uma disputa com a família Batista em torno dos cargos de gestão direta da empresa, que foram alternadamente ocupados por Joesley e Wesley. O BNDES quer fazer uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) examinar em detalhe "responsabilidades por prejuízos causados por administradores, ex-administradores e controladores envolvidos em atos ilícitos por eles já confessados".
Representantes legais da família conseguiram, com liminar judicial, suspendeu a realização da assembleia por 15 dias, a partir de 1° de setembro. Agora, passou a defender que a questão da gestão também seja examinada na próxima reunião.