Na semana em que compra de votos na Câmara dos Deputados virou assunto nacional, com prováveis consequências econômicas, a coluna seleciona filmes que abordam esses tema, desde a escola até as democracias mais sólidas do planeta. O objetivo, longe de dar ar de naturalidade à corrupção, é ajudar na reflexão necessária para revisar o conceito de que essa é uma condição imutável.
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Eleição (1999)
Educação é uma das formas de evitar que a política vire campo de vale tudo, mas às vezes as distorções começam na escola. É o que mostra essa comédia dramática do diretor Alexander Payne. A disputa pelo grêmio estudantil de uma escola de ensino médio é palco de manipulação de resultados, compra de votos e escândalos criados pelos candidatos.
Bem Amado (2010)
O filme que veio depois do livro de Jorge Amado e da novela de Dias Gomes sempre foi considerado uma caricatura dos políticos brasileiros, mas em tempos de tatuagens, reviravoltas e negociatas à luz do dia, as cores vivas e as frases feitas de Odorico Paraguaçu devem ter perdido o viço.
Lincoln (2012)
Sim, parece que ocorre nas melhores democracias, pelas melhores causas. Lá no meio do filme de Steven Spielberg sobre um dos mais respeitados presidentes americanos, rola um esquema de compra de votos de parlamentares para aprovar a 13ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, a da abolição da escravatura.
Badil (2013)
Esse filme filipino aborda acordos sinistros com consequências perigosas na véspera de uma eleição. É um microcosmo, mas mostra com a cultura da naturalização da compra de votos começa. Um "cabo eleitoral" leva o fillho enquanto percorre a pequena cidade distribuindo dinheiro em troca da promessa de escolha do seu candidato. Indigesto, porém didático.