As mortes ocorridas na manifestação de supremacistas brancos em Charlottesville, na Virgínia (EUA) reforçaram a urgência do debate sobre racismo e intolerância. E sobre a reação inadequada de Donald Trump, presidente que ajudou a criar clima para a volta da Ku Klux Klan, ainda na campanha. O impacto desse tipo de terrorismo foi visto pelo cinema do ponto de vista histórico e emocional. Assista, informe-se, reflita. Nunca foi tão necessário.
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O Sol Nasce para Todos (1962)
Sim, quem já viu esse filme outras vezes aqui já desconfia de que é um dos clássicos preferidos da coluna. Mas sempre é bom lembrá-lo para quem não viu ou quer rever. O cenário da bonita história de Atticus Finch e seus filhos envolve os métodos primários e violentos da Ku Klux Klan. Mas também explora as contradições do racismo e aponta outros preconceitos de todos nós.
Mississipi em Chamas (1988)
É quase uma aula de história: mostra o início do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos no início dos anos 1960. O fim da segregação entre brancos e negros não ocorreu sem reação. Um dos aspectos mais interessantes do filme é a abordagem de uma certa banalidade do mal, ao mostrar como um furioso integrante da “Klan” pode parecer inofensivo sem a capa e o capuz brancos.
A Outra História Americana (1998)
Pelo olhar de dois irmãos, lança luz sobre grupos neonazistas dos EUA. Um deles é preso por espancar um negro. Ao longo do tempo na prisão, o skinhead começa a perceber a distorção de suas ideias e também o fato de que o irmão está seguindo o caminho que o levou à cadeia. Passa, então, a tentar influenciar uma correção de rumo na vida do caçula.
O Mordomo da Casa Branca (2013)
Considerado um “novelão histórico” por muitos críticos, pode ser interessante ao menos para dois públicos: para quem gosta de novelão e para quem gosta de história. Na opinião da coluna, um dos pontos de interesse é a descrição do recrudescimento da militância em favor dos direitos civis, que acompanha também a violência da reação.