A bolsa subia e o dólar recuava até perto de 14h, ambos de forma bastante discreta, em reação à aprovação da reforma trabalhista. Assim que saiu a notícia da condenação, pelo juiz Sergio Moro, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os dois movimentos se acentuaram, o da bolsa para cima, o do dólar, para baixo. A bolsa fechou com alta de 1,57%, em 64,8 mil pontos, e o dólar com baixa de 1,35%, em R$ 3,21.
O indicador da valorização das ações não chegou a "disparar", nem o dólar, a "afundar", mas ambos deram um salto. A moeda americana testa a barreira de R$ 3,20, que não havia sido cruzada depois de 17 de maio, dia em que a delação da JBS se tornou pública, mas só depois do fechamento da bolsa e das negociações de câmbio.
Investidores do mercado financeiro reagem dessa forma porque, depois que a eventual substituição do presidente Michel Temer foi "precificada" – embutida nos preços de ativos como ações, juro e moeda estrangeira – o maior evento de instabilidade previsto nesse horizonte era a eleição de 2018. Lula aparecia nas pesquisas como um dos favoritos na próxima corrida presidencial.
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O temor era de que uma eventual eleição de Lula trouxesse de volta a chamada "nova matriz econômica", praticada no governo Dilma, à qual muitos agentes econômicos atribuem a desorganização das finanças públicas no Brasil. Como já era esperada, a decisão não fez o principal indicador da bolsa, o Ibovespa, disparar, mas acelerou a reação iniciada com a aprovação da reforma trabalhista. Lula só se torna inelegível para 2018 caso a sentença de Sergio Moro seja confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre, antes de outubro do próximo ano.