Porto Alegre terá uma nova revenda Volvo a partir desta semana. A empresa de origem sueca estabeleceu parceria com o Grupo Iesa e abre unidade especial na Avenida Erico Verissimo. Luis Rezende, presidente da Volvo Cars Brasil, explicou à coluna que a troca faz parte de um processo de renovação das revendas.
– Definimos um padrão, a Volvo Retail Experience (VRE). Não é hora de expandir a rede, mas é preciso garantir que a experiência esteja à altura da que o cliente espera.A Iesa atua no segmento premium, tem o padrão que queremos.
Antes de encarar o clima chuvoso, meio sueco, da Capital, Rezende falou à coluna.
QUEDA E REAÇÃO AUTOMOTIVA
"A indústria automobilística como um todo ainda sofre. O Brasil já produziu 3,5 milhões de veículos por ano e, em 2016, voltamos a 2 milhões, como em 2006. Alguns grupos tiveram de repensar estratégias, focar em marcas. Em maio, a venda cresceu 17%, para 195,5 mil veículos. No acumulado do ano, há aumento de vendas de 1,6% em relação ao mesmo período de 2016. É sinal de que a renda se recuperava. Também começava a voltar o financiamento, a confiança do consumidor e do empresário, até que ocorreu a crise política que não estava no radar."
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SUÉCIA, CHINA E O MUNDO
"A Volvo Cars foi vendida para a Ford em 2000, ficou uma década como divisão da montadora americana. Com a crise, em 2010 vendeu para a chinesa Geely. A sede da Volvo segue em Gotemburgo (Suécia), e hoje há fábricas espalhadas no mundo. Além de Gotemburgo e Gent (Bélgica), há três na China, uma em construção nos Estados Unidos e outra anunciada para a Índia. Sempre lembro que, se a Geely quisesse uma empresa chinesa, não compraria a Volvo."
O FUTURO DA INDÚSTRIA
"A Volvo não produz no Brasil, mas acompanha o projeto Rota 2030, que deve substituir o Inova Auto no final deste ano. É difícil pensar em investimento em produção no Brasil nos próximos quatro anos. Há um debate muito além dos impostos sobre importados. Uma das conclusões é que o Brasil não pode ser pensado só como mercado local. É preciso ser parte da cadeia global. O que ocorreu nos últimos só confirma essa estratégia: é preciso ser base de exportação e de importação."