No final da trepidante semana passada, um dado inquietante passou quase despercebido. Parte porque o noticiário estava incandescente, parte porque o dado não chamou a atenção. Mas devia, e a coluna volta ao tema.
Na quinta-feira (25), o Banco Central (BC) publicou pesquisa mensal sobre juros de mercado. A decepção foi a queda na taxa média do rotativo. Esperava-se que despencasse, mas recuou de 490,3% para 422,5% ao ano.
Leia mais
Primeiro PIB positivo depois de oito trimestres em baixa é questão de tempo
BC faz maior corte no juro em oito anos, de um ponto, para 11,25%
Demissão de Maria Silvia é mau sinal para Temer
Houve quem festejasse a redução "significativa" de 67,8 pontos percentuais. Convenhamos, com a mudança nas regras do rotativo, e a transferência imediata das pendências para linhas alternativas, a queda deveria ter sido muito maior.
O BC projeta efeito integral da mudança, com taxas entrando em órbita perto da civilizada, no fim de maio, ou "talvez somente em junho", segundo Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico da instituição.