Depois das últimas semanas, a coluna não pôde evitar e volta ao tema da ética entre ladrões. Como já ponderamos aqui, a ficção tem função importante em momentos de crise aguda: ajuda na preparação para enfrentar a realidade. Como ainda vamos ver muita movimentação desse tipo de personagens, melhor ganhar musculatura para o espanto que ainda pode vir pela frente.
Lawrence da Arábia (1962)
Esse superclássico entra na lista não pelo tema geral do filme, mas pela frase "Pode haver honra entre ladrões, mas não entre políticos". Baseado na vida de Thomas Edward Lawrence, historiador e arqueólogo, é criticado por imprecisões factuais, mas é interessante ver ou rever uma versão sobre essa etapa dos conflitos entre árabes e ocidentais.
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Fogo contra Fogo (1995)
Um clássico moderno, em que dois grandes atores das últimas décadas, Robert de Niro e Al Pacino, contracenam pela primeira vez. O mais interessante é a história que contam, driblando estereótipos. O bandido é frio, cerebral e contido, e o policial, explosivo e neurótico. Bom para constatar que vilões podem não aparentar o que são.
Jogo entre Ladrões (2009)
A narrativa parte de um típico caso de ética entre ladrões: um deles precisa de dinheiro para pagar uma dívida de jogo do antigo parceiro. Ainda avança no código que estabelece a proteção dos iguais e é implacável contra os que traem ou ajudam a polícia. Um bom "curso" para entender como funciona a lógica desse grupo.
A Lição (2014)
Esse filme búlgaro quase desconhecido propõe uma questão crucial: como lidamos com a ética em momentos-limite. Sem o registro de humor de outras obras que arranham a questão, vai fundo no tema "é possível se manter íntegro em um ambiente corrupto?". Também discute quais padrões exigimos dos outros e quais permitimos a nós mesmos.