Ninguém ignora que os dois últimos anos de recessão foram mais difíceis para o setor automotivo e a construção civil. Isso, na média. Tem incorporadora gaúcha que ensaia a saída da crise melhor do que entrou.
Pelo segundo ano consecutivo, em 2016, a Melnick Even teve venda bruta recorde, de R$ 610 milhões, e lucro de R$ 58 milhões. No ano em que o prejuízo das empresas de capital aberto do setor somou R$ 7,46 bilhões, o pior desde em 2007. O milagre?
– Trabalhamos no longo prazo, diluímos o risco com 12 lançamentos durante o ano passado, quase um por mês, identificamos nichos – responde Juliano Melnick, diretor da empresa.
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Um dos desafios da Melnick foi o Central Parque, em Rio Grande, cidade assombrada pelo fracasso do polo naval. Um loteamento com terrenos entre R$ 60 mil e R$ 80 mil esgotou a fase 1, antecipou a segunda e a terceira, prevista para 2018, que deve ser adiantada para este ano. Um edifício comercial na Capital, o Doc Santana, surpreendeu até a empresa.
– As crises nos obrigam a ser mais criativos. Apesar das dificuldades, conseguimos encontrar oportunidades e vamos sair melhores – detalha Juliano.
A empresa vê 2017 como "transição". O juro básico é crucial para a construção civil e o efeito da redução deverá chegar a pleno apenas em 2018.