Esta terça-feira é dia de saber o tamanho do tombo da economia pelo segundo ano consecutivo. As projeções vão de uma otimista queda de 3,5% – não superaria o tamanho do tombo de 3,8% em 2015 – até a maior precipitação do indicador desde a década de 1990, encostando em 4%. Saber o tamanho do declínio é essencial para para prever o ímpeto necessário da reação até voltar ao terreno positivo. Mas é importante lembrar que estaramos vendo a economia brasileira pelo retrovisor, o estrago que já foi feito.
Tão ou mais importantes são os sinais no horizonte, à frente. Uma leve piscada no painel de instrumentos ontem foi importante pelo simbolismo: depois de passar dois anos vendo as perspectivas só piorarem, as estimativas do mercado para a reação da economia neste ano tiveram um sopro favorável, oscilando de 0,48% para 0,49%. É pouco, mas inverte o triste derretimento que tivemos de assistir nos últimos oito trimestres.
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Na tentativa de dar mais gás a esse pequeno movimento de ar, o governo federal planeja anunciar nesta terça-feira mais concessões à iniciativa privada na área de infraestrutura. A expectativa é de outros 40 leilões que representem um valor acima de R$ 40 bilhões em investimentos nas áreas de energia, saneamento, rodovias e ferrovias. É um movimento arriscado, antes que se conheçam os resultados da primeira leva de ofertas, prevista para a próxima semana.
Mas é curioso observar o que ocorre na indústria calçadista, ainda importante na economia gaúcha. No primeiro bimestre, dados preliminares das exportações apontam para aumento de 10,8% no valor e redução de 3,5% no número de pares. Presidente da Abicalçados, Heitor Klein explica que é reflexo direto do câmbio, que agora perde força, e lamenta que tenha sido o pico dos negócios externos. Em compensação, projeta reação nas vendas internas entre setembro e outubro:
– No início do ano, estávamos otimistas com a exportação. Em dois ou três meses, tivemos de mudar completamente o raciocínio.