Faltam só 20 dias para a entrada em vigor das restrições para que usuários de cartão de crédito façam o pagamento mínimo da fatura e entrem no temível rotativo, e ainda não há remédio palatável à vista. A taxa anual do rotativo orbita em 486,8%. E desde que o juro básico começou a ser reduzido – já foram dois pontos percentuais, de 14,25% para 12, 25% –, não fez mais do que subir (veja gráfico). Até agora, quatro grandes bancos apresentaram suas propostas de taxas para o parcelamento. Embora menos distantes da Terra, ainda rodam no hiperespaço, à velocidade da luz.
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Se vale a intenção de mudar um mau hábito financeiro – usar o caríssimo limite do cartão para complementar a renda – a solução ainda não foi encontrada. A taxa média do crédito pessoal, sem considerar o consignado, apesar de também seguir em alta, ignorando a redução do juro básico, está bem abaixo desse limite, em 140,9%. Sim, ainda um absurdo sob qualquer ponto de vista, mas menos inaceitável do que as que rondam os 500% anuais, algo digno de ficção científica, ou mesmo os mais de 200% que foram propostos até agora.