Não era só impressão: o número de pedidos de recuperação judicial apresentados durante 2016 no Brasil saltou 44,8% em relação ao ano anterior, conforme o Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações divulgado nesta terça-feira. É um novo recorde do ano, depois do informado na segunda-feira no saldo da balança comercial.
O número chegou a 1.863, o maior acumulado desde 2006, quando entrou em vigor da Nova Lei de Falências (junho de 2005), que trocou a situação jurídica da concordata pela recuperação judicial. Em 2015, haviam sido apresentados 1.287 requerimentos, ante "apenas" 828 em 2014.
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Segundo os economistas da Serasa Experian, a recessão afetou a geração de caixa das empresas, que, para se financiar, enfrentaram crédito caro e escasso. Assim, houve deterioração da saúde financeira corporativa, formando o cenário para o recorde negativo. Do total, 1.134 foram apresentados por micro e pequenas empresas, 470, por médias, e 259, por grandes companhias.
O número de falências também cresceu em relação aos anos anteriores, mas não foi recorde. Foram feitos 1.852 pedidos no país, 3,9% acima dos 1.783 efetuados em 2015. Foi a maior quantidade dessas ocorrências nos últimos quatro anos, e também repetiu a incidência na proporcionalidade (994 foram de micro e pequenas empresas, 426 de médias e 412 de grandes).