Acalentado há quase dois anos, o projeto que pode tirar o carvão gaúcho do ostracismo acena com a possibilidade de investimento acima de R$ 6,5 bilhões na região do Baixo Jacuí. A maior parte do financiamento viria do Japan Bank for International Cooperation (Jbic) e da Tokyo Electric Power (Tepco).
A mineradora Copelmi foi buscar apoio do governo do Japão, interessado em exportar sua tecnologia Super Ultra Crítica (SUC) como forma de contribuir para a redução de emissões de gás carbônico prevista no Acordo de Paris. Outra megacompanhia japonesa, a IHI, desenvolve uma caldeira especialmente para usar o minério gaúcho, com maior teor de cinzas.
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Depois de fazer testes com volumes industriais de carvão gaúcho de diferentes origens, os japoneses concluíram que o material do Baixo Jacuí (Charqueadas e São Jerônimo) tem condições de suportar as altas temperaturas e pressão que aumentam a eficiência e, em consequência, diminuem a emissão de gás carbônico.Uma equipe liderada pelo diretor de operações internacionais da Tepco, Fuyuhiko Mishimura, apresentou o trabalho ao governador Sartori.
O secretário de Minas e Energia, Lucas Redecker, diz estar “esperançoso” porque a direção da Empresa de Planejamento Energético (EPE) se mostrou favorável ao projeto. A ambição seria participar de um leilão em 2018 e entregar a obra até 2024.
Se tudo está tão azeitado, o que falta? Um sinal do governo federal de que o projeto que permite a modernização do atual parque térmico brasileiro terá apoio oficial. Caso tudo se combine, poderia viabilizar investimento de até US$ 2 bilhões (R$ 6,5 bilhões pela cotação de ontem) em uma usina com capacidade para gerar até 1 mil megawatts (MW).