A quarta-feira pode ser o ''dia do fica'' para os projetos gaúchos de geração de energia eólica no leilão de 16 de dezembro. Depois de receber uma comitiva de gaúchos nesta terça-feira, o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho, prometeu avaliar, em reunião com empresas do setor elétrico – Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE) –, a mais promissora possibilidade surgida até agora: o adiamento da entrega da geração futura.
Barrados mais por descasamento de datas do que por real falta de conexão ao sistema, os projetos poderão retornar à disputa caso haja acordo. Embora seja um leilão de reserva, o prazo atual não respeita os tradicionais três anos previstos para a montagem desse tipo de instalação, porque o leilão deveria ter ocorrido em junho.
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Para os empreendedores, é um sopro de esperança. Para o Estado, uma mostra de que é possível construir consenso mínimo em torno de um tema de interesse comum. Estiveram no ministério, com apoio do senador Lasier Martins (PDT), os secretários Lucas Redecker (PSDB) e Fabio Branco (PMDB), além de representantes do segmento.
Os participantes saíram do encontro ainda céticos, mas com sensação de que há real interesse do ministro em tentar buscar uma solução. Afinal, está em jogo um potencial total de R$ 18 bilhões em investimentos e ao menos R$ 1,5 bilhão com chances reais de aprovação. Em um momento de transição entre crise profunda e recuperação incerta, é essencial a velocidade na remoção de barreiras, desde que dentro das regras e respeitando os limites efetivos de capacidade do sistema.