Serão tensos e intensos os 33 dias que ainda faltam para o fim do ano – menos de 30, contados os feriados. Ainda nesta semana, os brasileiros saberão o que esperar da atividade econômica e do preço do dinheiro, porque na terça-feira poderão avaliar melhor o que esperar do PIB de 2017 e com que juro básico começará o próximo ano.
O dia benigno no mercado, nesta segunda-feira, com alta de 2,11% na bolsa e recuo de 0,85% no dólar, para R$ 3,38, tem mais relação com boas notícias no cenário externo – alta nas cotações internacionais de petróleo e minério de ferro favoreceu Petrobras e Vale – do que alívio no interno. No Senado, recomeça a construção da PEC do teto dos gastos, renumerada para 55, em ambiente mais rarefeito para o governo, ainda tenso com eventuais novas revelações do ex-ministro Marcelo Calero. Embora tenha passado o susto de domingo, cresceu o ceticismo.
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Com Romero Jucá (PMDB-RR) como maestro da banda governista no Senado, a meta é concluir a votação em dois turnos até o dia 13. Diante do abalo no núcleo duro do Planalto, as pressões podem se intensificar e os protestos, ganhar decibéis e aliados.
O debate será condicionado pelo número que o IBGE anunciar para o PIB do terceiro trimestre. A estimativa média é de que ainda seja negativo, mas menor do que os 0,6% de retração no segundo trimestre. Caso isso se confirme, pode ajudar a tornar o final de ano menos crítico. A melhor surpresa econômica de final de ano é considerada pouco provável: seria uma decisão ousada do Banco Central no corte do juro básico.
A seu favor, na hora da decisão, o Comitê de Política Monetária já terá a informação sobre a segunda revisão do PIB dos Estados Unidos do terceiro trimestre, que sai na terça-feira. Se vier mais forte do que o esperado, contribui para a tensão.