Mal terá passado o efeito no câmbio da repatriação – ao menos da parte que, de fato, volta ao Brasil – quando o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) se reunir, amanhã e quarta-feira, para decidir sobre o juro básico por lá, perto de zero desde a crise de 2008. Na semana passada, a cotação bateu em R$ 3,10, a menor desde julho de 2015.
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No sentido contrário, a moeda americana teve alta de 1,29%, a R$ 3,19, na sexta-feira, com reabertura da investigação do FBI sobre Hillary Clinton. A despeito das dúvidas sobre o efeito da elevação de juro nos Estados Unidos ainda neste ano, o diretor de câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo, diz não ver razões para o dólar sair muito do intervalo de R$ 3,10 a R$ 3,20.
– Seria exagero cair a menos de R$ 3 até o fim de dezembro. Há uma infinidade de problemas que precisam ser resolvidos no país – avalia.
Além da provável alta no juro americano, Bergallo aponta dois fatores locais domésticos que podem impactar entre novembro e dezembro. Um é o provável novo corte na taxa de juro. O outro, a votação no Senado da PEC 241, que propõe teto definido pela inflação às despesas federais.
– Não se pode agradar a gregos e troianos. Assim como o dólar em elevação, a moeda em baixa também será ruim para alguém. O câmbio entre R$ 3,20 e R$ 3,30 não é alto para pressionar a inflação, nem baixo para prejudicar as exportações – comenta.