Depois de chegar a R$ 3,14, o dólar voltou a dar empinada no último mês, encostar em R$ 3,30 e deixar o preço do Big Mac mais caro no Brasil em comparação com outros países. Mas, segundo índice da The Economist, o real pode estar valendo mais do que deveria.
Com 30 anos de existência, o indicador criado pela revista britânica dá uma ideia do poder de compra de diversas moedas a partir de um único parâmetro, no caso o preço do sanduíche. A grande vantagem é o lanche ser comercializado de maneira uniforme em todas as partes do planeta. Assim, a diferença de preços do Big Mac se daria somente pela discrepância do poder de compra da moeda local.
Como o custo do hambúrguer depende parcialmente de itens não comercializáveis, como aluguéis e salários, que tendem a ser menores em regiões mais pobres, a revista britânica passou mais recentemente a "regular" o indicador a partir do PIB per capita de cada país.
A ideia deste ajuste é de que, em locais menos desenvolvidos, o sanduíche deve mesmo custar menos em dólares, dado que o custo da mão de obra é bem menor. A conclusão não é nada animadora para brasileiros. O índice ajustado mostra que o real está 54,2% valorizado em relação a um certo "nível justo", e o câmbio deveria estar bem acima de R$ 4.
Vale lembrar que o fato de moedas emergentes estarem sobrevalorizadas no indicador não sinaliza que a taxa de câmbio deve se movimentar em breve.