Correção: a data de entrada em vigor da nova tarifa é 22 de novembro, não 25 de outubro, como constava no original. Informação correta já foi atualizada.
Um semestre de exceção na sequência de resultados negativos do Grupo CEEE, que tem uma empresa de geração e transmissão (CEEE-GT) e outra de distribuição (CEEE-D), não é suficiente para afastar temores sobre o futuro da empresa. Mas seu presidente, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, está confiante de que poderá "manter pública e tornar eficiente" a estatal de energia. Nem a redução de tarifa, que já está confirmada em voto do relator em 12,18% e deve vigorar em 22 de novembro, perturba. Segundo Pinheiro Machado, os ganhos de eficiência obtidos nestes 20 meses de gestão devem superar a baixa na cobrança e, assim, manter o equilíbrio na receita.
O que turbinou o balanço semestral da CEEE-GT foi uma espécie de indenização no valor de R$ 836,2 milhões, que só começa a receber em junho de 2017, mas é obrigada a contabilizar desde já. Esses recursos são decorrentes da MP 579, editada em 11 de setembro de 2013, que antecipou a renovação da concessão dos contratos de transmissão. Como este é o menor dos problemas, a companhia dará início aos novos passos de seu ajuste estrutural até o final do ano.
Uma das estratégias será passar, da CEEE-D para a CEEE-GT a propriedade de parte do terreno da sede da empresa, na Avenida Ipiranga. O objetivo é quitar uma pendência da distribuidora com a empresa-irmã, para reduzir seus passivos e assim, tentar evitar o resultado negativo previsto para este ano no indicador conhecido como Ebitda (sigla em inglês para earnings before interest, taxes, depreciation and amortization, equivalente a geração operacional de caixa).
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A direção projeta resultado negativo em R$ 300 milhões caso nada seja feito. Se voltar a fechar esse indicador no vermelho em 2017, a CEEE poderia perder a concessão da distribuição em parte da Região Metropolitana, litoral e sul do Estado. Para que isso não ocorra, o acionista controlador – no caso, o governo do Estado teria de fazer aporte de capital, o que a essa altura é totalmente inviável.
– Tivemos melhoras técnicas e financeiras, mas que não nos permitem relaxar. Para nós, o que interessa é não fechar no vermelho o indicador regulatório que pode levar à perda da concessão.