Não foi só na percepção do mercado financeiro, onde as ações se valorizaram cerca de 40% nos últimos meses, que a Gerdau mostra recuperação. O lucro líquido consolidado do grupo caiu 31% entre abril e junho do ano anterior e o mesmo período deste ano, mas teve uma alta inusual de 1.214,3% na comparação entre o primeiro e o segundo trimestres. Embora a receita líquida da Gerdau no segundo trimestre de 2016 tenha recuado 5% em relação ao mesmo período de 2015, para R$ 10,2 bilhões, avançou 2% na comparação com o trimestre anterior.
Embora o dado conhecido como ''resultado na última linha'' ainda seja baixo para o tamanho da receita do conglomerado siderúrgico – R$ 184 milhões –, avançou consideravelmente em relação ao obtido no primeiro trimestre desde ano, quando havia sido praticamente virtual, de R$ 14 milhões, outra vez considerado o porte da empresa.
Conforme o grupo, a redução na comparação anual ocorreu principalmente pelos menores volumes de venda de aços longos e aços especiais no mercado interno brasileiro e da operação na Espanha, consolidada no balanço até o mês de maio. As vendas ficaram praticamente estáveis frente ao segundo trimestre do ano anterior (-1%), com 4,2 milhões de toneladas. Em relação ao primeiro trimestre, as vendas totais – no Brasil e no Exterior – tiveram evolução de 10%. De abril a junho, a produção de aço foi de 4,3 milhões de toneladas, uma queda de 3% sobre o mesmo período do ano anterior, enquanto na comparação com o primeiro trimestre houve expansão de 4%.
Leia mais
Gerdau fecha ano com prejuízo contábil e lucro ajustado
O investidor que investe na recuperação da Gerdau
No segundo trimestre, a empresa fez o menor desembolso para investimentos em produção desde 2010, de R$ 326 milhões. Um dos principais projetos foi o novo laminador de chapas grossas, com capacidade instalada anual de 1,1 milhão de toneladas, que entrou em operação na usina Ouro Branco (MG), conforme previsto. Esse material é utilizado nos setores da construção civil, óleo e gás, naval, energia eólica, rodoviário, máquinas e equipamentos, entre outros. Para o ano, a previsão de aportes se mantém em R$ 1,5 bilhão, 35% abaixo do aplicado em 2015. O foco será na melhoria de produtividade e manutenção.