A febre do Pokémon Go, que chegou ao Brasil na última quarta-feira, pode virar dor de cabeça. E faz especialistas em comportamento corporativo advertirem que a caça às criaturinhas virtuais corre o risco de ter de ser substituída por perseguição a um novo posto de trabalho real, por considerar que o uso do game durante o expediente é, em tese, passível de punições. Embora companhias mais arejadas considerem o jogo uma experiência interessante – segundo colegas caçadores, aqui na minha mesa tem um monte de Pokémons –, ambientes de trabalho mais sisudos exigem comportamento condizente.
Conforme o advogado Rafael Colônia, muitas empresas manifestaram queixas de funcionários que perderam produtividade após o aplicativo mobilizar fãs e curiosos brasileiros.
– Esses trabalhadores podem ser punidos e, inclusive, demitidos por justa causa. Isso porque a própria CLT prevê que a queda do desempenho do empregado poderá gerar esse tipo de ação – explica Colônia, especialista em Direito do Trabalho.
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O também advogado Renato Falchet faz leitura semelhante sobre os riscos que o jogo, aparentemente inofensivo, pode causar. Conforme o especialista em Direito Eletrônico e Digital, as empresas podem restringir o uso de celulares dentro do ambiente de trabalho, seja por normas da própria companhia ou por acordos coletivos de trabalho.
– O empregado que ignorar a proibição poderá levar advertência e até mesmo ser demitido por justa causa, em virtude de insubordinação – observa.