Marta Sfredo
Quem diria, quando o Brasil perdeu suas duas notas em grau de investimento, condição para ser receptor de recursos de fundos institucionais, que o país viria a se tornar, tão rapidamente, destino de grandes volumes de capital externo? Por trás do fenômeno que transformou a moeda brasileira na mais valorizada do planeta em junho está um mecanismo que é velho conhecido de períodos turbulentos, o chamado carry trade. Designa o movimento do investidor que toma recursos a juro baixo em um país – no caso dos mais ricos, como a taxa é menor do que a inflação, os bancos ''pagam'' para emprestar – para aplicar em outro, com maior remuneração. O ganho é fácil, rápido e sem risco efetivo.
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