O fim da união aduaneira no Mercosul e da exigência para que os países negociem acordos internacionais em conjunto, uma das ideias defendidas pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, não é compartilhada por autoridades da Argentina. Miguel Braun, secretário de Comércio do país vizinho, disse nesta quarta-feira, em Madri, que a posição de seu governo é seguir negociando dentro do bloco.
– Temos mais a ganhar do que a perder se negociamos juntos. Há uma frase que diz se queres chegar rápido, vá sozinho, se queres chegar longe, vá em grupo – afirmou Braun, durante o 15º Encontro Santander América Latina, na capital espanhola.
Como a união aduaneira exige que todos os países obedeçam a Tarifa Externa Comum, isto é, o imposto que cobram no ingresso de produtos estrangeiros, e a redução desse tributo é um dos principais eixos dos acordos de livre comércio, na prática os países são impedidos de negociar de forma isolada.
Conforme o secretário de Comércio, Brasil e Argentina, os dois maiores sócios do bloco, agora têm um propósito comum: ampliar a inserção comercial, portanto podem conciliar interesses e acelerar o ritmo das tratativas. Sobre como o bloco vai se posicionar sobre a iminente inclusão da Venezuela como membro pleno do Mercosul, Braun foi claro:
– Não vamos permitir que o ritmo de negociação seja freado.
*A jornalista viajou a convite do Santander