Quando sinais de esperança surgem no horizonte – como os da economia neste momento –, é preciso interpretá-los corretamente. Alimentam espíritos, conduzem à redenção, mas podem conduzir a equívocos como mostram os filmes desta semana.
Grandes Esperanças (1998)
Versão atualizada para a época por Alfonso Cuarón, como co-roteirista e diretor, do romance de Charles Dickens Great Expectations, usa os elementos do livro – ascensão social, esperanças econômicas e afetivas, manipulação e vingança – para construir uma obra controversa, mas com elenco de respeito: Ethan Hawke, Gwyneth Paltrow, Robert de Niro e Anne Bancroft.
Estrada para Perdição (2002)
Durante a Depressão, um "homem de família" trabalha como assassino para um chefe de quadrilha irlandês. Propõe discussão sobre conflitos morais, lealdade, redenção e honra. Com grandes atores – Tom Hanks, Paul Newman e Jude Law –, aborda perda da inocência, ambição e lealdade. Ah, Perdição é o nome de um local, em tese.
Filhos da Esperança (2002)
Outro Alfonso Cuarón da lista, bem diferente, em registro de ficção científica, aborda um futuro calamitoso da redução da taxa de natalidade e de leis opressivas sobre imigração. Países que se mantêm organizados se tornaram Estado policiais militarizados. Nesse cenário, a esperança é o foco de grupos de resistência, mais do que a política ou a liberdade.
Mr. Pip (2012)
Se a versão de 1998 moderniza a história de Dickens, esta a leva para um cenário de horrores reais. Tem Hugh Laurie (Dr. House), como único branco na ilha Bounganville, em guerra com Papua Nova Guiné por uma mina gigantesca de cobre explorada pelos australianos. O filme faz paralelos entre a história que o professor lê e a brutalidade do conflito.