No final da manhã desta quinta-feira, o presidente da CPFL, Wilson Ferreira Jr., admitiu que ''vai olhar com muita atenção o tema da CEEE'', ao ser perguntado pela coluna sobre eventual interesse na distribuidora do grupo, que enfrenta dificuldades na manutenção de sua concessão. Pouco antes, a CPFL havia anunciado a compra da AES Sul. Caso o interesse da empresa privada pela CEEE se concretizasse, assinalaria a volta da unificação da operação de distribuição de energia no Estado.
– Tenho falado sempre que um país do nosso tamanho ter 63 concessões, que são micro, médias, e pouquíssimas grandes, torna mais difícil oferecer serviço de qualidade. Esse movimento da CPFL vai ao encontro da necessidade do setor de distribuição de adquirir escala, comprar equipamentos, instalar sistemas e compartilhar boas práticas. Não há dúvida de que o movimento vai nessa direção – afirmou Ferreira Jr.
Ferreira Jr. afirmou que, nos últimos anos, o país viveu ''certo constrangimento e preconceito sobre privatizações, o que não foi bom para o país''. Dito isso, acrescentou que ''não há preconceito em relação à CEEE". Na avaliação do executivo, no último mês do governo Temer, esse preconceito foi removido.
– Faria muito sentido para nós no futuro reunificar a distribuição no Rio Grande do Sul. Esse momento revela aos agentes de mercado um momento mais favorável para transações, como se vem ouvindo muito falar sobre distribuidoras do grupo Eletrobras. Não há dúvida de que Estados com mais dificuldade terão de avaliar privatizações. A CPFL vai olhar com muita atenção o tema da CEEE.
O interesse da CPFL é específico em relação à área de distribuição da CEEE. O grupo estatal do Rio Grande do Sul ainda tem outra empresa, que atua nos segmentos de geração e transmissão, com melhor situação financeira.