Aquele ponto em que a crise para de piorar, bem antes de começar a melhorar, pode ter chegado? Os sinais ainda são tênues e imprecisos, mas existem e não devem ser ignorados. Os dados sobre desemprego divulgados nesta quarta-feira vieram abaixo do esperado. É um indicador que ainda não parou de piorar, portanto, mas ficou “menos pior”, essa imprecisão vocabular que só pode ser usada diante de uma situação como a do Brail.
No dia anterior, o Índice de Confiança do Consumidor da Fundação Getulio Vargas mostrou, pela primeira vez desde dezembro de 2013, que o pessimismo em relação ao futuro da economia cedeu. O indicador avançou 3,5 pontos entre abril e maio, passando de 64,4 para 67,9 pontos.
Como se sabe, a crise brasileira começou com a queda na confiança dos consumidores e dos empresários. Seu fim deve ter a mesma origem.Como costuma ocorrer com sinais tênues e imprecisos, é possível que ocorram idas e vindas antes da consolidação de um cenário menos dramático. Mas assim como os negativos começaram a piscar de forma aleatória até virar a onda de quedas que começou na confiança, saltou para o consumo, travou a produção e tomou conta de todos os indicadores, a luz verde vai acender e apagar antes de permanecer ligada.
Na semana passada, a Abinee, que reúne indústrias pesadas do segmento eletroeletrônico, mostrou que 47% das companhias que haviam suspendido investimentos em aumento da capacidade projetavam retomar a partir de 2017, e outros 33%, em 2018. Além de passar pela fase piscante, esses sinais terão de encontrar reflexos nas medidas econômicas do governo. É bom lembrar que nada está dado, precisa ser conquistado.