José Galló parece ter aderido à tese do presidente interino Michel Temer: não fale em crise, trabalhe. Há pouco, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que a Lojas Renner contratou empréstimo de R$ 73,75 milhões para repassar recursos e ajudar a desenvolver fornecedores nacionais, quer dizer, as empresas de quem a rede compra produtos para seus pontos de venda.
Os recursos são do Programa BNDES de Apoio a Investimentos em Design, Moda e Fortalecimento de Marcas (BNDES Prodesign) e da linha BNDES Finem. A intenção da Renner é ajudar empresas de confecção a implantar e modernizar suas unidades de produção e a treinar funcionários. A rede com sede no Estado trabalha com cerca de 120 fornecedores nacionais de vestuário.
Há alguns meses, Galló apontava sua preocupação com a falta de preparação dos fabricantes nacionais para substituir os importados, que perderam espaço no mercado com a alta do dólar. Nas contas de Galló, algumas confecções haviam previsto demanda menor por conta da crise, em torno de 10%, sem levar em conta o deslocamento das compras provocado pela desvalorização do real, e tiveram de fazer frente a uma alta de quase 40% nos pedidos.