Quatro meses depois de afundar para o menor nível em décadas, abaixo de US$ 30 por barril, o preço do petróleo no mercado internacional emerge para níveis um pouco menos preocupantes. Um aumento da demanda, especialmente na Índia, combinado com a queda na produção de países como Nigéria e Canadá, mudou a dinâmica do mercado global neste mês.
Segundo relatório recente do Goldman Sachs, um dos bancos mais influentes em se tratando de commodities, há indícios de que a produção global atual não esteja suprindo o consumo, cenário inédito nos últimos dois anos, marcados pelo excesso de oferta puxado pelos países árabes.
No curto prazo, essa inversão está se refletindo nas cotações, que beiram os US$ 50 por barril pela primeira vez desde novembro. Além da queda na produção em mercados exportadores importantes em maio, a alta dos preços vem sendo sustentada, desde fevereiro, por uma percepção de que oferta e demanda se aproximarão de um equilíbrio no segundo semestre, avaliação reforçada pela Agência Internacional de Energia na semana passada.
Ainda assim, o mundo está longe de voltar a ver petróleo negociado a US$ 100. Para os interesses brasileiros – diga-se Petrobras –, no entanto, a elevação de 75% do valor do brent desde janeiro ajuda na tarefa de organizar as finanças da estatal, sacudida, politica e economicamente, pela Lava-Jato.