Embora tenha dito que estava se antecipando, o presidente interino Michel Temer deu mais pistas do que ofereceu medidas concretas em seu primeiro pronunciamento oficial à nação. Sinalizou que “o Estado não pode tudo”, para citar, como obrigações essenciais, segurança, saúde e educação, as características do Estado mínimo.
Confiança
Foi a abertura do discurso. Temer mostrou que sabe por onde tem de começar a recuperação da economia e, para apoiar, falou no “potencial do país”. Faltou dar um sinal de como fazer.
“Minha primeira palavra ao povo brasileiro é de confiança. Confiança nos valores que formam o caráter de nossa gente (...)”
Diálogo
Alfinetada explícita na antecessora no cargo, a repetição da palavra “diálogo” – com direito a uma pausa olhando a plateia com quer conversar – indicou também a intenção de buscar soluções de consenso.
“O diálogo é o primeiro passo. Ninguém, individualmente, tem as melhores receitas para as reformas que precisamos realizar.”
Desemprego
Embora tenha citado várias vezes a palavra – mais para realçar o estado em que encontra a economia –, Temer não indicou caminhos claros sobre como pretende enfrentar o problema.
“Nosso maior desafio é estancar o processo de queda livre na atividade econômica, que tem levado ao aumento do desemprego e à perda do bem-estar da população.”
Reformas
Ao citar “essas reformas” logo depois de mencionar “consolidação dos programas sociais”, passou a mensagem de que haverá revisão. Fez questão de garantir a preservação de “direitos adquiridos” e foi ambicioso ao apontar a intenção de fazer uma “revisão do pacto federativo”. É uma mudança tão grande que é difícil começar.
Parcerias
Primeira ação concretizada, por medida provisória, o programa de parcerias público-privadas era o mais esperado sinal do governo.
“Teremos de incentivar de maneira significativa as parcerias público-privadas, na medida que esse instrumento poderá gerar emprego no país.”